A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos
naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar,
falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com
aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras
hipóteses e já começam a questionar sobre a existência.
A aprendizagem escolar também é considerada um processo
natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a
percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios
estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender.
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas
dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração
as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do
conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma
global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares,
sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no
processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem
em sua totalidade de maneira prazerosa.
Se por um lado temos alunos e suas possíveis dificuldades,
por outro lado estamos nós professores com dificuldades de entender as
dificuldades dos nossos alunos.
Encontramos muitas vezes dificuldades em oferecer uma
proposta mais estimulante para que a aprendizagem aconteça, favorecendo o
avanço desses alunos.
A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
PODE ESTAR RELACIONADA AO EMOCIONAL DA CRIANÇA?
Nem sempre uma criança
que manifesta dificuldades na aprendizagem, tem falhas cognitivas. Essa manifestação da dificuldade
pode estar relacionada com privação de bem-estar emocional.
Sabemos que é crescente o número de crianças que não tem um
ritmo de aprendizagem proporcional ás suas capacidades.
Cada criança tem um perfil heterogêneo com pontos fortes e
fracos; por exemplo: há crianças que têm mais facilidade no raciocínio abstrato
verbal, outras na área de organização espaço-temporal, etc. É por essa razão
que as crianças têm potenciais diferentes: umas são melhores em línguagem,
outras em matemática e outras em ciências e tecnologia.
Sabe-se, contudo,
que os fatores que determinam a possibilidade de desenvolver esse potencial
inato são:
- peso da
estimulação afetiva (familiar, social, cultural);
- o tipo de experiências que a criança vive com
quem lhe está mais próximo;
Crianças que desenvolvem esses fatores, não só têm dificuldades de aprendizagem como
também podem apresentar dificuldades de adaptação à escola como são suscetíveis
de perturbar o ambiente escolar e prejudicar o aproveitamento e bem-estar dos
demais colegas. Isso ocorre em função de um desequilíbrio emocional ou de terem uma
baixa auto estima.
A
IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA
Em idade escolar a capacidade de aprendizagem é uma das
primeiras a ficar afetada sempre que haja uma perturbação emocional da criança.
Dois tipos de perturbação emocional podem ocorrer:
- transitória – como alterações reativas a
circunstâncias sentidas como adversas, como o nascimento de um irmão ou a
separação dos pais
- permanente – quando as dificuldades são mais
estruturais
A maioria destas crianças têm estruturas depressivas do seu
funcionamento psíquico, ou seja:
a) são desvalorizadas na sua auto imagem (são
vulgares expressões do tipo: “sou burro”, “não sou nada bom”, “não faço nada
bem”)
b) inseguras
(são vulgares expressões do tipo: “não sei se consigo, faço isto ou faço
aquilo?”)
c) pouca
tolerância à frustração, desistindo rapidamente à primeira contrariedade ou
respondendo agressivamente contra os outros,
d) antecipam
negativamente as situações escolares, a atividades propostas (Não acreditam
em seu potencial e dizem logo: “não sei fazer..., Nem venho na aula porque não
vou conseguir...”),
e) têm
dificuldades em interpor pensamento entre o sentir e o agir, pelo que a
alteração dos comportamentos (instabilidade, hiperatividade ou agressividade
ou, mais raramente, pela inibição e retirada).
O QUE CABE A NÓS PROFESSORES?
Não precisamos fazer
mágica para elevar a auto-estima dos seus alunos. Basta fazer o que sabe:
ENSINAR
· Sabemos
que não existe uma receita pronta, pois cada criança é um ser único e especial;
· Precisamos
rever nossas práticas;
· Repensar
em nossa forma de avaliar o aluno;
· Rever os
nossos conceitos dificuldades de aprendizagem;
· Analisar
o nosso comportamento diante dos nossos colegas, pois somos o espelho dos
nossos alunos;
· Encarar
desafios e ser comprometido com o nosso trabalho.
COMO
TRABALHAR COM ESSES ALUNOS?
Trabalhar a afetividade, socialização, relações emocionais e
os aspectos psicomotores de uma maneira lúdica, visando resgatar a auto-estima
e despertar o interesse do educando em aprender e proporcionar condições para
que todos os alunos sejam capazes de possuir autonomia frente ao conhecimento
construído socialmente.
É preciso que o professor atente para as diferentes formas de
ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência
da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades
cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e
positivos.
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