sexta-feira, 13 de abril de 2012

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência.
A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender.
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa.
Se por um lado temos alunos e suas possíveis dificuldades, por outro lado estamos nós professores com dificuldades de entender as dificuldades dos nossos alunos.
Encontramos muitas vezes dificuldades em oferecer uma proposta mais estimulante para que a aprendizagem aconteça, favorecendo o avanço desses alunos.
A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM PODE ESTAR RELACIONADA AO EMOCIONAL DA CRIANÇA?
Nem sempre uma  criança que manifesta dificuldades na aprendizagem, tem falhas  cognitivas. Essa manifestação da dificuldade pode estar relacionada com privação de bem-estar emocional.
Sabemos que é crescente o número de crianças que não tem um ritmo de aprendizagem proporcional ás suas capacidades.
Cada criança tem um perfil heterogêneo com pontos fortes e fracos; por exemplo: há crianças que têm mais facilidade no raciocínio abstrato verbal, outras na área de organização espaço-temporal, etc. É por essa razão que as crianças têm potenciais diferentes: umas são melhores em línguagem, outras em matemática e outras em ciências e tecnologia.
     Sabe-se, contudo, que os fatores que determinam a possibilidade de desenvolver esse potencial inato são:
-  peso da estimulação afetiva (familiar, social, cultural);
- o tipo de experiências que a criança vive com quem lhe está mais próximo;
Crianças que desenvolvem esses fatores,  não só têm dificuldades de aprendizagem como também podem apresentar dificuldades de adaptação à escola como são suscetíveis de perturbar o ambiente escolar e prejudicar o aproveitamento e bem-estar dos demais colegas. Isso ocorre em função de  um desequilíbrio emocional ou de terem uma baixa auto estima.
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA
Em idade escolar a capacidade de aprendizagem é uma das primeiras a ficar afetada sempre que haja uma perturbação emocional da criança. Dois tipos de perturbação emocional podem ocorrer:
- transitória – como alterações reativas a circunstâncias sentidas como adversas, como o nascimento de um irmão ou a separação dos pais
- permanente – quando as dificuldades são mais estruturais
A maioria destas crianças têm estruturas depressivas do seu funcionamento psíquico, ou seja:
a)     são desvalorizadas na sua auto imagem (são vulgares expressões do tipo: “sou burro”, “não sou nada bom”, “não faço nada bem”)
b)      inseguras (são vulgares expressões do tipo: “não sei se consigo, faço isto ou faço aquilo?”)
c)      pouca tolerância à frustração, desistindo rapidamente à primeira contrariedade ou respondendo agressivamente contra os outros,
d)     antecipam negativamente as situações escolares, a atividades propostas (Não acreditam em seu potencial e dizem logo: “não sei fazer..., Nem venho na aula porque não vou conseguir...”),
e)      têm dificuldades em interpor pensamento entre o sentir e o agir, pelo que a alteração dos comportamentos (instabilidade, hiperatividade ou agressividade ou, mais raramente, pela inibição e retirada).

O QUE CABE A NÓS PROFESSORES?
Não precisamos fazer mágica para elevar a auto-estima dos seus alunos. Basta fazer o que sabe: ENSINAR
·        Sabemos que não existe uma receita pronta, pois cada criança é um ser único e especial;
·        Precisamos rever nossas práticas;
·        Repensar em nossa forma de avaliar o aluno;
·        Rever os nossos conceitos dificuldades de aprendizagem;
·        Analisar o nosso comportamento diante dos nossos colegas, pois somos o espelho dos nossos alunos;
·        Encarar desafios e ser comprometido com o nosso trabalho.
COMO TRABALHAR COM ESSES ALUNOS?
Trabalhar a afetividade, socialização, relações emocionais e os aspectos psicomotores de uma maneira lúdica, visando resgatar a auto-estima e despertar o interesse do educando em aprender e proporcionar condições para que todos os alunos sejam capazes de possuir autonomia frente ao conhecimento construído socialmente.
É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos.

Autora: Lourdes Alves de Souza

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